sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Produção de lâminas é mais antiga do que se pensava

 

Caverna Qesem

Pesquisadores da Universidade de Tel Aviv descobriram evidências de que a produção de lâminas é mais antiga do que se pensava, ocorrendo no período Paleolítico Inferior, de 200 mil a 400 mil anos atrás.
As ferramentas são parte de um complexo cultural chamado Acheulo-Yabrudian, geograficamente limitado a um grupo de hominídeos que viveram na região que hoje é ocupada por Israel, Líbano, Síria e Jordânia.

Até então, os artefatos eram associados por arqueólogos ao período Paleolítico Superior, há cerca 30 mil a 40 mil anos, além de serem relacionados com o aparecimento do Homo sapiens.

De acordo com os cientistas Gopher Avi, Ran Barkai e Ron Shimelmitz, do Departamento de Arqueologia e Civilizações Antigas da Universidade de Tel Aviv, foram encontrados um grande número de ferramentas de corte fino na caverna Qesem, nos arredores de Tel Aviv, Israel.

Eles sustentam que a descoberta desafia a noção de que a produção de lâminas é exclusivamente ligada aos humanos modernos.

De acordo com o estudo publicado no “Journal of Human Evolution”, as lâminas foram confeccionadas em uma bem planejada linha de produção.

As evidências mostram que as técnicas usadas desde a escolha da matéria-prima até a elaboração dos artefatos podem rivalizar com a tecnologia desenvolvida centenas de milhares de anos mais tarde.

A maioria das lâminas foram feitas para ter uma ponta afiada, mas com uma borda que poderia ser facilmente segura pela mão humana.

Além disso, chamou a atenção a capacidade da produção em série, garantindo grande quantidade dessas ferramentas.

Uma análise da professora Cristina Lemorini, da Sapienza University, de Roma, identificou marcações nas lâminas que indicam que elas foram usadas como ferramentas de abate.

A inovação tecnológica é um dos elementos pelos quais os pesquisadores acreditam que os habitantes da caverna Qesem tinham um novo comportamento:

- Essa é uma clara evidência do diário e habitual uso do fogo, o que também é novidade para os arqueólogos - disse Barkai.

Até então, não se sabia que a chamada cultura Amudiana usava o fogo.

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